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Oito executantes da Banda Municipal de Câmara de Lobos que haviam contestado os procedimentos da Direcção Administrativa para com a Direcção Artística, abandonaram aquela colectividade em solidariedade com o maestro e primeiro signatário da missiva José António Nunes de Faria, dispensado, a 3 de Julho de 1986, dos seus serviços artísticos pelo órgão deliberativo. José António Faria, João Paulo Ferreira dos Santos, Vítor José Góis Gonçalves, Ivo Xavier Hilário de Júnior, José Manuel Abreu Petim, Marcelino Abreu Petim, Fernando Saul de Barros Azevedo, Fernando Cândido Vieira da Silva e Norberto Maurílio de Barros Gonçalves pugnaram então pela constituição de um novo e distinto agrupamento, constituído por sopros, percussão e instrumentos eléctricos, com o intuito de cativar jovens para o movimento filarmónico regional e para a arte musical. Tendo iniciado os ensaios na garagem da moradia de José António Faria, a nova colectividade – a Banda Orquestral de Câmara de Lobos “Os Infantes” – exibiu-se menos de um mês depois da perniciosa celeuma, a 27 de Julho de 1986, domingo, pelas onze horas, no coreto da vila de Câmara de Lobos, com um efectivo de catorze instrumentistas, reforçado por músicos de outras bandas regionais e do Conservatório de Música da Madeira: José António Faria (director artístico), José Manuel de Abreu Petim, Gregório Barros (clarinetes); Fernando Saul de Barros Azevedo, Duarte Basílio (saxofones alto); Norberto Azevedo (saxofone tenor); Luís Mata (saxofone barítono); Maurílio Basílio, Vítor José Góis Gonçalves (trompetes); João Paulo Santos, (trompete; viola baixo); Ivo Brito (trombone de vara); Manuel Vitrúvio Baptista (trompa de harmonia); Fernando Cândido Vieira da Silva (bateria de jazz); e João Nunes Atanásio (teclas). Passada uma semana, a 4 de Agosto, em Câmara de Lobos, “Os Infantes” apresentaram-se na festividade de Nossa Senhora do Coromoto (padroeira da Venezuela). (A título de curiosidade, a designação “Os Infantes” não foi senão uma acintosa designação popular para os executantes da nova colectividade, apropriada da designação dos jogadores da selecção nacional de futebol aquando do Campeonato do Mundo, organizado em 1986 no México, que haviam em litígio com a Federação, abandonado a selecção).
Pese embora a célere apresentação da mais recente filarmónica de Câmara de Lobos, constrangimentos vários, tais como a dificuldade de obtenção de réditos por actuações numa área com duas instituições congéneres favorecidas por vários simpatizantes; a falta de apoios financeiros das estruturas governamentais e autárquicas (constringida por rumores de uma conotação partidária da nova colectividade e dos seus executantes); ou ainda as necessidades de instrumentário e de uma sede social condigna, exigiram urgente resolução.
Em reunião realizada a 13 de Agosto de 1986 no Salão Ideal para apresentação da nova filarmónica se constituiu uma “Comissão Viabilizadora”, constituída por João Martinho Nunes Faria e João da Silva Azevedo de Freitas: Martinho Faria, empreiteiro, financiou a aquisição de instrumentário para executantes e aprendizes da escola de formação musical e cedeu um espaço em sua residência para a almejada sede social da instituição. Ao esforço da Comissão Viabilizadora e dos associados e executantes da colectividade se deveu ainda a escritura formal da Banda Orquestral de Câmara de Lobos – Os Infantes, pela publicação da constituição, data de fundação e fins estatutários no Jornal oficial da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira de 9 de Abril de 1987 e a colecta dos montantes pecuniários necessários às obras estruturais necessárias para a reabilitação do edifício-sede. Em 1991, José António Faria, residente na Ribeira Brava e maestro da filarmónica daquela cidade, entendeu ter ofertado o contributo necessário à auspiciosa afirmação da Banda Orquestral de Câmara de Lobos – Os Infantes no movimento filarmónico regional e deixou à consideração dos corpos sociais a nomeação do seu sucessor. José Sidónio Gomes da Silva, recém-empossado Presidente da Direcção, convidou o executante-fundador José Manuel Petim para a direcção artística da Banda e coordenação da escola de formação musical: sob a sua regência, exibiram-se “Os Infantes” em Santarém, a convite de uma banda filarmónica daquela região, em 1996. No ano imediato, e em face do abandono de José Manuel Petim e de outros executantes para conjuntos de ritmos modernos, tomou a direcção o executante-fundador João Paulo Ferreira dos Santos: foi no decurso da sua profícua regência que, em tributo ao assinalável labor artístico de década e meia d’ “Os Infantes”, a 15 de Agosto de 2001 se lançou a primeira pedra da nova sede social, no Sítio do Saraiva, em terreno cedido pelo Governo Regional e pela Câmara Municipal de Câmara de Lobos, inaugurada a 25 de Junho de 2005 pelo então Presidente do Governo Regional, Dr. Alberto João Jardim. Em inícios de 2003, João Paulo Santos indicou para seu sucessor Marco Paulo Teixeira Correia, Sargento, seu adjunto na chefia da Fanfarra do Regimento de Guarnição n.º 3 da Zona Militar da Madeira. Marco Correia, que então abandonaria a Banda Distrital do Funchal, tomou a direcção artística da Banda Orquestral de Câmara de Lobos – “Os Infantes” – de 2003 a Maio de 2013, liderando a colectividade em duas digressões, realizadas no âmbito de intercâmbios com bandas filarmónicas nacionais: uma primeira, a Leiria, em 2006, com a Sociedade Artística Musical 20 de Julho de Santa Maria do Arrabal, que seria recebida pela colectividade camara-lobense em 2007; e uma segunda, em Julho de 2013, à Ilha Terceira, dois anos após o acolhimento da Sociedade Recreativa e União Musical Sebastianense. Ainda em 2006, foi a Banda Orquestral de Câmara de Lobos – “Os Infantes” declarada instituição de utilidade pública por resolução n.º 153/2006 da Presidência do Governo Regional de 23 de Fevereiro. Assumiu a direcção artística em 2013, Eduardo Brito, músico militar e antigo executante da Banda Filarmónica da Casa do Povo de Nossa Senhora da Piedade – Porto Santo. Correntemente constituída por 28 elementos, sob a direcção artística de Marco Correia, a Banda Orquestral de Câmara de Lobos – “Os Infantes” apresenta-se frequentemente em festividades religiosas, participa regularmente nos eventos musicais realizados aquando das Festas do Concelho de Câmara de Lobos e organiza concertos anuais por ocasião das celebrações do aniversário da colectividade.
Rui Magno Pinto