Anselmo Baptista de Freitas Serrão (Jr.)

Anselmo Baptista de Freitas Serrão (Jr.)

(Câmara de Lobos, 06/09/1846) - (Estreito de Câmara de Lobos, 08/06/1922)

Resumo:
[Câmara de Lobos, Madeira 06/09/1846 – Estreito de Câmara de Lobos, Madeira 08/06/1922]
Anselmo Baptista de Freitas Serrão Júnior foi um dos músicos madeirenses mais dinâmicos na segunda metade do século XIX. Compositor, organista, maestro, violinista, bandolinista e participante ativo em bandas filarmónicas, nas quais tocava instrumentos de sopro.

Biografia:
Natural de Câmara de Lobos, onde nasceu em 1846, no Sitio de Jesus Maria José era apenas conhecido por Anselmo Serrão. A sua formação musical foi conseguida através da participação em bandas filarmónicas na Madeira, durante a segunda metade do século XIX.
A obra de Anselmo Serrão integra várias peças que compôs para bandas filarmónicas, entre as quais o Hino da Filarmónica, adotado pela Banda Municipal de Câmara de Lobos; Último Adeus, uma composição musical fúnebre; e obras musicais que compôs e arranjou para orquestra de salão, principalmente muitas danças europeias, tais como as valsas Waltz, datadas de 1868; o manuscrito Proprio Filio Suo, motetto a solo de baixo, composto em março de 1870; e galopes, com o título L’Enfer, de 1876.
Anselmo Serrão foi regente da Filarmónica dos Artistas Funchalenses entre 1887 e cerca de 1892; integrou a Orquestra do Teatro Esperança, dirigida por Francisco de Villa y Dalmau e em 1893 tocou viola na Orquestra Característica Madeirense, dirigida por Agostinho Martins.
Entre as atuações referidas, o Diário de Notícias da Madeira noticiou a 30 de abril de 1891 um espetáculo promovido pela troupe Cómico Musical no Teatro D. Maria Pia, que contou com a participação de vários artistas da época, entre os quais Anselmo Serrão, Augusto José Migueis e Nuno Graceliano Lino. Compositores e regentes de renome na Madeira.
Neste evento Anselmo Serrão destacou-se como “uma lição de música (…) com acompanhamento da troupe [Cómico Musical]”, refere o Diário de Notícias da Madeira.
O Diário de Notícias também publicou outras atuações de Anselmo Serrão enquanto regente de bandas, com especial destaque para a atuação da Filarmónica dos Artistas Funchalenses, em junho de 1888, na Rua da Praia, no Funchal.
Apesar da sua dedicação ativa à música profana, as suas obras musicais mais famosas de Anselmo Serrão foram compostas para Igreja.
Entre os agrupamentos religiosos a que esteve ligado destacam-se a Orquestra de Igreja da Filarmónica Recreio dos Lavradores, cuja direção assumiu em 1917; e o Grupo Musical do Estreito, fundado por Anselmo Serrão em 1920, para atuar nas festividades religiosas e vários coros.
Anselmo Serrão faleceu em 1922 na Madeira, após 60 anos de grande intervenção na cultura musical madeirense, sacra e profana.
De acordo com o professor e investigador João Arnaldo Rufino da Silva, as músicas de Anselmo Serrão mantiveram grande influência no meio musical durante quase um século entre 1870 e 1960. Na década de 60 do século XX as composições de Anselmo Serrão ainda foram tocadas, com grande destaque para Domine non sumdignus, a obra mais conhecida, também cantada atualmente.

Autoria:
Esteireiro, Paulo (2008). “Anselmo Serrão”. In 50 Histórias de Músicos na Madeira. Funchal: Associação de Amigos do Gabinete Coordenador de Educação Artística, p. 20.

Atualização:
Ventura, Ana (2011). “SERRÃO, Serrão”. In Dicionário Online de Músicos na Madeira. Funchal: Divisão de Investigação e Documentação, Gabinete Coordenador de Educação Artística. Funchal: atualizado em 22/06/2011.

Música:
Último Adeus; Waltz; Proprio Filio Suo; L’Enfer; Domine Non Sumdignus.

Bibliografia:
Diário de Notícias (1876 – ). “Coleção de Jornais”. In Biblioteca do Arquivo Regional da Madeira [s.n. recurso digitalizado]. Funchal: publicado em 28-04-1889, Nº 3: 689, p. 2.
Esteireiro, P. (2008). “Anselmo Serrão”. In 50 Histórias de Músicos na Madeira. Funchal: Associação de Amigos do Gabinete Coordenador de Educação Artística, p. 20.
Freitas, M. P. (2007). Revista de Temas Culturais do Concelho de Câmara de Lobos. Câmara de Lobos: Revista Girão (1ºSemestre de 2007), Vol. II, Nº 4.

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