João Figueira Quintal

João Figueira Quintal

(Câmara de Lobos)

Resumo:
[Câmara de Lobos 30/10/1934 – ]
Sargento-chefe do exército, violinista, executante de requinta e clarinete, maestro, compositor de obras direcionadas para filarmónicas e regente de bandas. João Quintal foi também fundador da Orquestra de Câmara da Madeira, Chefe da Banda da Zona Militar e da Banda Recreio Camponês.

Biografia:
João Figueira Quintal nasceu a 30 de Outubro de 1934, em Câmara de Lobos, no sítio do Ribeiro Real, descendente de uma família de longas tradições musicais . O seu avô e o pai, Maurício Figueira Quintal, clarinetista, pertenceram à Banda Recreio Camponês. Uma tradição familiar que, no desenvolvimento da sua carreira, levou João Quintal a ingressar na mesma banda, onde iniciou aos 14 anos a aprendizagem de clarinete com João Ornelas Abreu.
O jovem estudou também durante vários anos na Academia de Música e Belas Artes da Madeira, atual Escola das Artes – Conservatório da Madeira e alcançou a qualidade de um bom executante de violino.
Quanto aos instrumentos que João Quintal interpretou ao longo da sua formação musical e atualmente enquanto músico profissional destacam-se o já referido clarinete; a prática de requinta; saxofone na Banda Recreio Camponês, uma oportunidade que surgiu devido a um colega que saiu da banda e cujo saxofone foi comprado pelo pai de João Quintal. Com o professor Madeira Carneiro aprendeu violino na Academia de Música e Belas Artes da Madeira. Em 1956 matriculou-se na Academia madeirense e ao longo da sua formação atingiu o V Grau em Violino e o III Grau em Solfejo.
Como seus mentores João Quintal destaca os maestros da Banda Militar, Tenente-coronel Ilídio (maestro da Banda da Guarda Republicana) e Tenente-coronel Teixeira (diretor de cursos).
Em 1955, com 20 anos de idade ingressou na Banda Militar. Após o seu ingresso na Banda Militar concorreu a diversos postos da hierarquia militar e alcançou o grau de Sargento-Chefe executante em clarinete, instrumento que tocou na Banda Militar durante 36 anos.
Apesar da vivência musical João Quintal comenta o pouco tempo que dedicou à família devido à atividade enquanto músico da Banda Militar, Banda Recreio Camponês e Orquestra de Câmara da Madeira. No entanto afirma que “valeu a pena estar na música e ver que os filhos progrediram também nela”. Enquanto tradição familiar a música mantém-se nas jovens gerações da família Quintal. Os filhos de João Quintal, Maurício e Jorge integraram a Banda Recreio Camponês a partir dos doze anos. As filhas Guida e Dina aprenderam violoncelo e violino.
Atualmente João Quintal também colabora na Orquestra de Câmara da Madeira enquanto violinista, sendo elemento do agrupamento desde a sua fundação; e toca música sacra em diversas festas religiosas, tradicionais das freguesias do Arquipélago da Madeira. João Quintal marcou presença nas comemorações de cariz religioso com um grupo constituído por três violinos, dois rabecões e uma flauta que interpretava música sacra e acompanhava pequenos coros reforçado por um organista.
João Quintal também desempenhou um papel importante enquanto professor de alguns músicos conhecidos no panorama regional nomeadamente Zélia Gomes, professora e maestrina de grupos corais; Aquilino da Silva, professor, compositor e director artístico de vários grupos musicais e bandas filarmónicas; Fabien Filipe, músico e professor no Escola das Artes – Conservatório da Madeira.
Quanto à sua presença na Banda Recreio Camponês em 1972 foi nomeado chefe da banda e efetuou alterações na organização com a integração de mulheres, que até à década de 1970 apenas eram aceites na Banda da Camacha. Também conseguiu uma nova sede para a Banda Recreio Camponês.
João Quintal fez ainda outras mudanças na banda, para que na sua perspetiva tivesse uma organização transparente e igual, particularmente através da criação de uma comissão de músicos com presidente, secretário e tesoureiro; a instituição de Estatutos e a constituição de uma Assembleia Geral, Direção e Conselho Fiscal, atribuindo à Recreio Camponês um cariz associativo.
Em 2008 foi realizada uma homenagem no XXVII Encontro Regional de Bandas Filarmónicas da Região Autónoma da Madeira devido ao seu contributo na música filarmónica regional .
Na vertente da composição João Quintal tem obras registadas na Sociedade de Autores e partituras impressas que ainda hoje são executadas pelas bandas madeirenses, especialmente marchas, boleros, valsas e bailaricos, entre outras composições para bandas, sempre produzidas numa perspetiva com maior incidência sobre a música clássica e ligeira.

Autoria:
Gomes, Catarina (2011). “João Figueira Quintal”. Realizado no âmbito da Disciplina Ciências Musicais VI, integrada no plano curricular da Licenciatura em Educação Musical, do Instituto Superior de Ciências Educativas, Universidade da Madeira.

Atualização:
Ventura, Ana (2011). “João Figueira Quintal”. Dicionário Online de Músicos na Madeira. Funchal: Divisão de Investigação e Documentação, Gabinete Coordenador de Educação Artística, atualizado em 12/09/2011.

Bibliografia:
Banda Recreio Camponês (2007). “Breve Historial”. Banda Recreio Camponês – Historial. Acedido em http://www.bandarecreiocampones.com/ a 30/06/2011.
Banda Recreio Camponês (2007).”Regentes”. Banda Recreio Camponês – Historial. Acedido em http://www.bandarecreiocampones.com/ a 30/06/2011.
Castro, A. & Serrão, S. (2010). Banda Recreio Camponês: A memória de 100 anos em Concerto Intemporal. Funchal: Banda Recreio Camponês e Direção Regional dos Assuntos Culturais, p. 12, 25, 44, 47, 80, 82, 109.
Gomes, C. (2011). Entrevista realizada por Catarina Gomes a Jorge Quintal, filho. Realizada no âmbito da Disciplina Ciências Musicais VI, integrada no plano curricular da Licenciatura em Educação Musical, do Instituto Superior de Ciências Educativas, Universidade da Madeira.
Gouvei, O. (2010). “Encontro homenageou João Figueira Quintal”. Cultura – Jornal da Madeira. Acedido em http://www.jornaldamadeira.pt/not2008.php?Seccao=13&id=151914 a 30/06/2011.
Sardinha, V. & Camacho, R. (2001). Rostos e Traços das Bandas Filarmónicas Madeirenses. Funchal: Associação Musical e Cultural Xarabanda, p. 91-95.

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