Pratos
Pratos ou címbalos são um instrumento de percussão, de som indeterminado, classificado como idiofone de entrechoque ou percussão (directa), constituído por um ou dois discos côncavos de metal (construídos em latão, estanho e/ou prata), de concavidade mais profunda ao centro do disco, com dimensões entre 15 a 61 centímetros. Segurados por tira de couro ou outro tecido ou material fixa em orifício ao centro do disco ou suspensos em tripé adequado ou em estrutura na ilharga do bombo, os pratos ressoam por entrechoque, por percussão directa por baqueta, maceta, vareta ou vassouras, ou por activação por mecanismo de pedal; compositores tardo-oitocentistas e novecentistas incluíram nas suas obras particulares efeitos sonoros de címbalos, que resultam da raspagem do rebordo ou dos frisos dos címbalos ou da sua fricção com arco. A predominante técnica de execução consiste no entrechoque em direcções opostas, o que garante uma maior vibração dos discos. Os pratos podem vibrar livremente ou restringir-se ao ataque (sendo imediatamente abafados, pela mão ou peito do intérprete). Os pratos/címbalos integram o habitual ensemble de percussão marcial, com bombo e caixa de rufo. De facto, já nas primeiras representações do instrumento, datadas do 2º milénio a. C. (Babilónia), os címbalos surgem com o tambor, servindo o acompanhamento sonoro de actividades de luta (ou treino marcial). Profusamente utilizado pelas civilizações mesopotâmica, assíria, babilónica, egípcia e greco-romana desde o 2º milénio a.C., bem como pela civilização chinesa desde os séculos III-IV a. C., os címbalos serviam, na Idade Média, como acompanhamento rítmico de ritos pagães e cristãos, da actividade bélica, da dança e da música. Instrumento peculiar das bandas janíssaras das tropas turcas desde o século XIV, os címbalos foram paulatinamente empregues por compositores desde finais do século XVII e introduzidos em agrupamentos musicais militares europeus (designados como Feldmusik) desde meados do século XVIII. Vários tipos de prato suspenso foram desenvolvidos para a bateria de jazz entre as décadas de 1920 e 1930, tais como o “sizzle”; o “crash”; o “ride” ; o “bounce” e; o “hi-hat” (commumente designado “pratos de choque”).
Revivalismos do instrumentário da Antiguidade, os pequenos pratos (címbalos) construídos com afinação determinada, e agregados em conjuntos com âmbito de uma a cinco oitavas, são designados crótalos.
Bibliografia
James Blades, James Holland e Alan Thrasher, “Cymbals” in The New Grove Dictionary of Music and Musicians, Macmillan, 2001.