Xilofone

O xilofone é um idiofone, de sub-categoria placas percutidas, de som determinado. Identificado em várias culturas, da música erudita ocidental às práticas musicais de África, América Central, América do Sul, Sul e Sudeste da Ásia continental e insular, Melanésia e Polinésia, os xilofones tomam as seguintes características: um conjunto de (duas ou mais) placas, barras, cepos ou tubos afinados, construídos em bambu, madeira ou material sintético, suportados entre dois nós de vibração e percutidos com baquetas ou placas, com ressoador comum ou com ressoadores individuais para cada placa (nota).
Descrito, com diversas denominações, na tratadística primo-quinhentista e seiscentista, o instrumento europeu era constituído por várias placas de madeira, em fila única, em sucessão diatónica, ou em duas filas, presumivelmente cromático, em disposição de teclado, atadas ou assentes em tiras de palha, sendo assim intitulado “Strohfiedel” (literalmente, fídula – designação genérica dos cordofones friccionados, percutidos ou pulsados – de palha); das várias denominações daquele instrumento em português identificámos “instrumento de madeira e palha”, “instrumento de pau e palha” ou “marimbas de pau”. Conhecido por toda a Europa desde a primeira metade do século XIX pela actividade de concertistas como Michal Guzikow ou Henrich Spira, e requerido na segunda metade daquele século por Saint-Säens para específicos “efeitos” programáticos em algumas das suas célebres obras orquestrais, o xilofone era naquela época habitualmente construído em quatro filas, com o registo grave mais próximo do intérprete, com duas filas interiores em sucessão diatónica e uma fila mais distante, correspondente às notas alteradas (acidentes sustenido/bemol).
O xilofone europeu coevo, cuja construção se estabeleceu no dealbar do século XX, têm tessitura de três oitavas e meia (fá-sol a dó) ou quatro oitavas (dó a dó) e adopta a seguinte morfologia: placas de vários comprimentos e espessuras, construídas em pau-Brasil (jacarandá) ou resina sintética, são fixas por meio de cordas que atravessam as suas extremidades, a uma moldura, com tampo em feltro, em disposição de teclado de piano, em duas filas, com as placas das notas correspondentes aos acidentes elevadas (sobre as demais placas); os ressoadores individuais, sobre os quais assentam as placas, são construídos em metal, em forma de tubo, sendo a sua dimensão ajustada para que a frequência da coluna de ar contida replique a altura sonora da placa; a moldura, com os ressoadores, assenta por sua vez numa estrutura (estante), que permite a mais fácil execução do instrumento. Por sua vez, as baquetas, em forma de bola, são construídas em plástico, feltro ou madeira, possibilitando o recurso a sonoridades brilhantes ou mais suaves.